sábado, 15 de junho de 2013

Vitaminas lipossolúveis




Introdução


As vitaminas são um grupo de compostos orgânicos, quimicamente não relacionados entre si, distribuídos nos reinos vegetal e animal..Embora necessárias em pequeníssimas quantidades na alimentação, as vitaminas são consideradas essenciais, ou seja, já que o organismo não as sintetiza, necessariamente devem ser obtidas através da alimentação.


As vitaminas são classificadas quanto à solubilidade, em vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis. Nove vitaminas (ácido fólico, cobalamina, ácido ascórbico, piridoxina, tiamina, niacina, riboflavina, biotina e ácido pantotênico) são classificadas como hidrossolúveis, enquanto quatro vitaminas (vitaminas A, D, K e E) são ditas lipossolúveis.







Vitamina A 

A vitamina A é representada por três moléculas
 biologicamente ativas, retinol, retinal e ácido retinóico;
enquanto as duas primeiras podem fornecer ácido retinóico
 por oxidação, este não não supre as necessidades
celulares por retinal e retinol.
Transretinal
 Retinol
Ácido retinóico
Estes compostos são derivados de uma molécula de
origem vegetal, o betacaroteno.
Esta provitamina A consiste de duas moléculas de retinal ligadas por uma
 dupla ligação entre os carbonos de suas terminações
 aldeídicas. O beta caroteno ingerido é quebrado na luz
 intestinal pela betacaroteno dioxigenase, liberando
retinal, sendo este produto reduzido a retinol pela
 retinaldeído redutase, uma enzima da mucosa intestinal
dependente de NADPH. Uma pequena parcela do retinal
 é oxidada a ácido retinóico.

A vitamina A, retinal, desempenha papel na visão por ser um dos
componentes do pigmento visual rodopsina. A rodopsina, um
fotorreceptor com estrutura característica dos receptores
transmembranais acoplados intracelularmente à proteína G
(transducina, neste caso) ocorre nos bastonetes da retina, que
são as células responsáveis pela visão noturna. O isômero 11cisretinal
se liga especificamente à proteína visual opsina para
formar a rodopsina que, quando exposta à luz, descora e se
dissocia em opsina livre e transretinal,
isômero onde todas as
duplas ligações da molécula estão na configuração trans. Esta
dissociação é acompanhada por uma modificação
conformacional no receptor que desencadeia a transdução de
sinal, via proteína G, gerando impulso nervoso na célula da
retina que é transmitido ao cérebro. As reações que compõem o
ciclo visual estão indicadas abaixo.
O retinol também é importante na síntese de certas
glicoproteínas e mucopolissacarídeos necessários para a
produção de muco e regulação de crescimento.
A vitamina A é armazenada no fígado e sua deficiência ocorre
apenas após falta prolongada de uma fonte adequada na dieta.
O primeiro sintoma da deficiência é a cegueira noturna, seguida
por queratinização dos tecidos epiteliais dos olhos (xeroftalmia),
pulmões, trato gastrointestinal, etc, e redução da secreção
mucosa; há aumento na susceptibilidade a infecções.



Vitamina D 


A vitamina D é um hormônio esteróide que regula a
expressão de genes específicos após interação com seu
receptor intracelular. A forma ativa do hormônio é o 1,25dihidroxivitamina
D3, um derivado da vitamina D3 também
chamado calcitriol. O calcitriol funciona primariamente na
homeostasia do cálcio e fosfato.

 
Vitamina D3




A vitamina D3 é produzida por irradiação, na pele, do
precursor 7dehidrocolesterol
que é obtido na dieta.
O ergosterol, composto semelhante ao 7dehidrocolesterol,
forma a vitamina D2 quando
irradiado, e pode também originar a forma ativa
 calcitriol. Assim, compostos de origem animal (7dehidrocolesterol)
ou vegetal (ergosterol;
frequentemente irradiado industrialmente e usado
como aditivo em certos alimentos) podem servir como
fonte de vitamina D na dieta. A transformação de
 Vitamina D3 ( ou de vitamina D2) em calcitriol requer a
participação de hidroxilases. A vitamina D3, quer
absorvida no intestino ou formada por irradiação na
pele, circula ligada a uma globulina específica, e é
eventualmente captada pelo fígado onde é hidroxilada
na posição 25 pela Vitamina D325
hidroxilase do
retículo endoplasmático hepático. Este passo controla
a produção de outros derivados da vitamina.
A deficiência da vitamina D causa raquitismo em crianças e
osteomalácia em adultos, refletindo a participação da
vitamina no metabolismo de cálcio e fosfato. Óleo de peixe,
gema de ovo e fígado são fontes abundantes da vitamina. A
adição de vitamina D em alimentos industrializados tornou
rara a deficiência. As quantidades requeridas na dieta
também dependem da exposição do indivíduo à irradiação
solar, refletindo a etapa de transformação de 7dehidrocolesterol
em vitamina D3. Acúmulo da vitamina
causa aumento dos níveis séricos de calcio e calcificação
 de tecidos.



Vitamina K 

As vitaminas K que ocorrem naturalmente são as K1
(filoquinona) nas verduras e K2 (menaquinona), que é
produzida pela flora intestinal.
 A principal função das vitaminas K é a manutenção de níveis
normais de algumas das proteínas da cascata da
coagulação, especificamente fatores II, VII, IX, X e Proteínas
C e S, que são sintetizadas no fígado como precursores
inativos. A conversão de forma inativa para ativa destes
fatores da coagulação requer uma modificação póstraducional
em certos resíduos de ácido glutâmico. Esta
modificação é uma carboxilação e a enzima responsável
requer vitamina K como cofator. O aminoácido resultante
desta modificação é o ácido gamacarboxiglutâmico,cuja
característica mais marcante é agir como quelante de íons
cálcio. A protrombina, por exemplo, após ligar íon cálcio é
capaz de interagir com fosfolípides de membranas, condição
que leva à formação de trombina por proteólise da
protrombina pelo Fator X ativado.
Durante a reação de carboxilação a forma reduzida da
vitamina ( forma hidroquinona) é convertida em um epóxido
cuja regeneração requer uma redutase específica. Esta
reação é sensível ao dicumarol, que é a base para inúmeros
anticoagulantes.
As deficiências em vitamina K causam a síndrome
hemorrágica mas são raras pois a flora intestinal produz
quantidades apreciáveis de vitamina K2.
Doenças de mal absorção de gorduras podem causar deficiência.
Tratamento prolongado com antibióticos aumenta o risco de
deficiência de vitamina K.



 
Vitamina E 
A vitamina E é uma mistura de diversos compostos
assemelhados entre si conhecidos como tocoferóis,
 sendo o alfatocoferol
é o mais potente entre eles.
A vitamina E é absorvida pelo intestino e transportada
 pelos quilomicrons, sendo transferida para os tecidos e
finalmente para o fígado, nos quilomicrons
remanescentes. O fígado pode exportar vitamina E via
VLDL. Por ser altamente lipofílica, a vitamina E se
 acumula em membranas, tecido adiposo e
 lipoproteínas circulantes.
A principal função da vitamina E é a de servir como
antioxidante, pois é capaz de sequestrar radicais livres
e oxigênio molecular. Esta função é particularmente
importante na prevenção de peroxidação de ácidos
 graxos insaturados nas membranas. As vitaminas E e
C agem sinergisticamente em suas funções
 antioxidantes, sendo que vitamina E pode ser
regenerada com consumo vitamina C após ter reagido
com radicais livres. Quando não regenerada, a
vitamina E oxidada é excretada na bile conjugada a
ácido glucorônico.
Não há nenhuma doença associada à falta de vitamina
E, condição que torna as hemáceas mais frágeis.

Recomenda se o
 aumento na ingestão de vitamina E em
pessoas com dietas ricas em ácidos graxos
insaturados pois estes tendem a formar radicais livres
quando expostos ao oxigênio, o que aumenta o risco
 de certos tipos de câncer





Fonte :T.M.Valter ,Bioquímica Básica .








Postado por Orlânia Alencar




 


 
 


 
 
 
 
 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Gorduras - As vilãs da obesidade

As gorduras fazem parte de um grupo amplo de nutrientes chamado lipídeos que têm em comum a propriedade de serem insolúveis em água. Como os lipídeos estão presentes em alimentos geralmente mais calóricos, eles devem aparecer em menor quantidade na alimentação, especialmente na dos que buscam o emagrecimento. O consumo excessivo desses nutrientes é um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de várias doenças crônicas, inclusive a obesidade. No entanto, é bom ressaltar que, se os lipídeos forem consumidos na quantidade certa, não trazem prejuízos e ainda auxiliam no bom funcionamento do organismo, desempenhando funções como:
Fornecer energia;
Ser precursores de hormônios;
Auxiliar na absorção e no transporte das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K);
Melhorar a textura e sabor dos alimentos;

Manter a temperatura corporal, reduzindo a perda de calor.
Em relação à quantidade calórica, 1 grama de lipídeo possui 9 Kcal, ou seja, mais que o dobro do que a mesma quantidade de proteína ou carboidrato (4 Kcal). Dessa forma, ao contrário do que muitos pensam, não são os alimentos fonte de carboidratos (arroz, batata, mandioca, farinha, pão, macarrão) que devem aparecer em menor quantidade na alimentação e sim, os fonte de lipídeos (frituras, maionese, manteiga, margarina).
Um outro fator importante em relação aos lipídeos, é que eles são facilmente armazenados e dificilmente consumidos. Isso significa que, quando ingeridos, os lipídeos são absorvidos e, se não houver gasto energético, são armazenados no tecido adiposo contribuindo para a formação dos famosos "pneuzinhos" nas regiões da cintura e do quadril. Para complicar a situação, durante a atividade física, os lipídeos são os últimos a serem utilizados como fonte energética. Além disso, a capacidade do organismo de armazenar esses nutrientes é aparentemente ilimitada.


Postado por Wellington da Silva Soares

ANVISA INFORMA.

 A UFARM / Anvisa, visando colaborar para a difusão de informações relacionadas a medicamentos e contribuir para seu uso racional, elaborou este alerta referente a produtos à base de óleo mineral. Nosso objetivo, ao elaborá-lo, é evitar que este medicamento seja usado em condições que, se presentes, aumentam o risco de desenvolvimento da pneumonia lipoídica uma vez que esta patologia pode ser mais freqüente na população do que se pode cogitar. 
Solicitamos a todos os profissionais de saúde que notifiquem a suspeita desta reação adversa (e todas as suspeitas de reação adversa a qualquer medicamento) através do Formulário de Suspeita de Reação Adversa a Medicamentos.
O óleo mineral, apesar de considerado, como um produto inócuo, inclusive por muitos profissionais de saúde, pode estar implicado em uma entidade pouco conhecida, denominada pneumonia lipoídica.
Pneumonia Lipoídica exógena é uma patologia rara, descrita pela primeira vez por Laughlen, em 1925, resultante de diversas situações médicas, sociais, culturais e ocupacionais.
A pneumonia lipoídica ocorre através da aspiração aguda ou crônica de partículas oleosas, ingestão de produtos oleosos (como os para constipação, por exemplo) ou inalação de substâncias oleosas (aquelas em preparações nasais oleosas para alívio de obstrução rinofaríngea, principalmente quando utilizadas em decúbito). Essas substâncias oleosas são óleos minerais, que não são depurados pelo pulmão e inibem o reflexo de tosse e a função do epitélio muco-ciliar. 
Apesar de conhecida, seu diagnóstico é dificultado por apresentar-se de forma semelhante a várias outras patologias e não apresentar achados radiológicos específicos, além do freqüente desconhecimento do antecedente de exposição. 
Entretanto, o diagnóstico é usualmente baseado na evidência de macrófagos contendo lipídeos, ao exame de escarro ou do lavado brônquico, assim como do material obtido por aspiração por agulha, biópsia transbrônquica ou transtorácica e análise de lipídeos no lavado bronco-alveolar. 
Os achados microscópicos são, além dos macrófagos carregados de lipídeos que preenchem e distendem a parede alveolar e interstício, associados a acúmulo de material lipídico, infiltração inflamatória celular e variáveis graus de fibrose.
Existem também formas endógenas de Pneumonia Lipoídica (fosfolipoproteinose alveolar ). 
Constipação crônica é um sintoma comum em medicina interna, pediatria, e médicos com freqüência prescrevem óleo mineral para tratamento crônico da constipação, inclusive em crianças. A constipação é responsável por 3% dos encaminhamentos às clínicas e 10 a 25% de encaminhamentos aos gastro-pediatras.
Nos EUA, 2 a 3 milhões de pessoas recebem prescrição de óleo mineral a cada ano. E essa estimativa não inclui a auto-medicação, já que o óleo mineral pode ser adquirido sem prescrição. 
O óleo mineral deprime o reflexo da tosse, como já foi dito, facilitando a aspiração mesmo em indivíduos normais, e pacientes com disfunção da deglutição apresentam risco maior. 
Em adultos, 25% dos casos de pneumonia lipoídica têm sido reportados em indivíduos normais, sem predisposição a fatores de risco. 
Fatores predisponentes para a pneumonia lipoídica incluem uma variedade de situações clínicas: disfagia, desordens neuromusculares que afetem a deglutição e o reflexo do vômito além de alterações estruturais da faringe e esôfago (megaesôfago, refluxo gastro-esofageano, divertículo hipofaríngeo, fístula traqueo-esofágica, acalásia).
Neonatos e idosos apresentam risco mais elevado, por apresentarem disfunção subjacente da deglutição.
Clinicamente, os pacientes se apresentam com tosse, diminuição da amplitude respiratória, febre moderada e desconforto respiratório.
Casos associando pneumonia lipoídica exógena e infecções por mycobactérias atípicas são raros porém conhecidos (11 casos reportados na literatura, até 1996).Alguns autores acreditam que os lipídeos desempenhariam um papel protetor às micobactérias, dificultando sua fagocitose pelos macrófagos, enquanto outros acreditam que os ácidos graxos livres constituiriam um elemento capaz de favorecer o desenvolvimento de uma pneumonia hemorrágica necrotizante, o que por sua vez seria um fator predisponente para uma infecção secundária. De qualquer modo os lipídeos ainda não possuem um papel definido na patogenia da infecção por mycobactérias.
Apesar da pneumonia lipoídica ser, em geral, um processo infiltrativo pulmonar do tipo crônico, secundário à aspiração contínua de lipídeos exógenos (laxantes e gotas nasais), também é observada em casos de aspirações maciças de material lipídico, podendo levar à Insuficiência Respiratória Aguda.
Por isso, reiteramos a necessidade de que os profissionais encarem o óleo mineral, não como produto inócuo, mas também passível de causar reações adversas, reações essas que devem ser notificadas, para que se possa estimar o risco do uso do produto.



Postado por Wellington da Silva Soares

domingo, 9 de junho de 2013

                                                                   ESTEROIDES


    Entre os lipídios mais conhecidos estão os esteroides (do grego stereos, que significa “sólido”, e eidos, que é “semelhante”). Os esteroides são todos os compostos que possuem em comum a mesma estrutura de um hidrocarboneto com 17 átomos de carbono ligados na forma de quatro ciclos, como mostrado abaixo: 



     A diferença é que cada esteroide possui um tipo de grupo funcional orgânico ligado a essa estrutura. O esteroide mais importante para o organismo humano e também mais abundante no reino animal é o colesterol.Conforme se pode ver na sua fórmula estrutural abaixo, o colesterol possui uma hidroxila ligada ao grupo característico dos esteroides e, devido a isso, ele também é classificado como um álcool (secundário e monoinsaturado):




       O colesterol é muito importante para o organismo humano porque ele participa na síntese da membrana celular, na produção da vitamina D e dos hormônios sexuais feminino e masculino, que são respectivamente o estradiol e a testosterona, que também são esteroides.



        As principais fontes de obtenção do colesterol são alimentos de origem animal, tais como ovo, bacon (toucinho defumado), carne vermelha, nata, manteiga e laticínios no geral.



      Mas o colesterol é sintetizado também por nosso organismo, principalmente no fígado e intestinos. Quanto mais colesterol é consumido, menos colesterol será sintetizado, e vice-versa








Lipídios

Os lipídios tem grande impostancia para o funcionamento do organismo dos seres humanos. Constituem os óleos e as gorduras animais e vegetais.



Pode ser encontrado em alimentos como manteigas e margarinas, azeite de oliva, óleos, presuntos, salames, em frutas com alto teor de gordura como o abacate, etc. 

Os lipídios simples são os ésteres de ácidos graxos com diferentes álcoois. Os ácidos graxos são ácidos monocarboxílicos, de cadeia normal que pode ser saturada ou insaturada.

Alguns ácidos graxos saturados:

Ácido láurico – C11H23 – COOH – gordura de coco
Ácido mirístico – C13H27 – COOH – noz moscada
Ácido palmítico – C15H31 – COOH – gordura de palma (palmito)
Ácido esteárico – C17H35 – COOH – gordura de boi


http://www.soq.com.br/conteudos/em/macromoleculas/p2.php

sábado, 8 de junho de 2013

Triglicerídios - estrutura , conceitos , síntese.

TRIGLICERÍDIOS
 
 

Os ácidos graxos ocorrem, principalmente, como ésteres de glicerol (acilgliceróis). A
classe dos acilgliceróis depende do número de ácidos graxos presentes na molécula: monoglic erídios (um ácido graxo esterificado), diglicerídios (dois ácidos graxos esterificados) e triglicerídios(três ácidos graxos esterificados).




Os triglicerídios (triacilglicerois) são sintetizados no fígado e intestino e são as formas mais
importantes de armazenamento e transporte de ácidos graxos; constituem as principais frações
dos quilomícrons, das VLDL e pequena parte (<10%) das LDL presentes no plasma sangüíneo.

 Os mono e diglicerídios são encontrados em quantidades relativamente pequenas como intermediários metabólicos na biossíntese e degradação dos lipídios contendo glicerol. A quase totalidade das gorduras ingeridas na dieta são triglicerídios formados por ácidos graxos saturados e insaturados. Alguns ácidos graxos piliinsaturados (ácidos linolénico, linolêico e araquidônico) não são sintetizados no organismo e devem ser supridos na dieta.

Os triglicerídios da dieta são hidrolizados pela ação das lipases pancreáticas e sais biliares para
formar 2-monoglicerídios e ácidos graxos livres. Por difusão, os 2-monoglicerídios e os ácidos
graxos entram no retículo endoplasmático das células da mucosa e são reesterificados a triglic erídos. Após reesterificação, os triglicerídios são associado a outros lipídios e proteínas específicas
(apoproteínas) para formar macromoléculas denominadas quilomícrons. Estas partículas deixam
a célula da mucosa, provavelmente por pinocitose reversa, e aparecem nos vasos linfáticos da região
abdominal e, posteriormente, na circulação sistêmica. A liberação intestinal de quilomícrons persiste
por várias horas após a ingestão de gorduras. Os quilomícrons são transportados pelo sangue
a todos os tecidos do corpo, incluindo o tecido adiposo que é o principal local de captação. Encontram-se somente pequenas quantidades de quilomícrons no sangue após jejum de 12-14 horas.



Os triglicerídios plasmáticos são derivados de duas fontes, intestino e fígado. Os hepáticos dependem
do estado nutricional do indivíduo. Deste modo, em jejum, os ácidos graxos provenientes do tecido adiposo são captados pelo fígado e a seguir excretados como VLDL . Após refeição, parte dos carboidratos da dieta são convertidos em triglicerídios e são secretados como lipoproteínas. É importante enfatizar que, com exceção durante a absorção das gorduras da dieta, o fígado é o principal provedor de triglicerídos ao plasma.

 Valores de referência para os  triglicerídios (mg/dL)


Desejável: <200

Limítrofes: 200 a 499

Elevado 400 a 10.000

Alto risco >10.000













Fonte :

STAMPFER, M. J., KRAUSS, R. M., MA, J. et al. A prospective
study of triglyceride level, low-density lipoprotein particle diameter,
and risk of myocardial infarction. JAMA, 276:882-8, 199


MOTTA, V. T. Lipídios na clínica. Caxias do Sul : EDUCS, 1984.







Postado por Orlânia J.A.Mesquita

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Lipídios e sua importância clinicamente - Colesterol.

Hoje irei abordar  a bioquímica  clínica do COLESTEROL.
O colesterol pode ser considerado um tipo de lipídio (gordura) produzido em nosso organismo. Ele está presente em alimentos de origem animal (carne, leite integral, ovos etc.). Em nosso organismo, desempenha funções essenciais, como produção de hormônio e vitamina D. No entanto, o excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Em nosso sangue, existem dois tipos de colesterol:   
  • LDL colesterol: conhecido como "ruim", ele pode se depositar nas artérias e provocar o seu entupimento
  • HDL colesterol: conhecido como "bom", retira o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito e diminuindo a formação da placa de gordura.   
  • Podemos dizer que existem vários tipos de colesterol circulando no sangue. O total da soma de todos eles chama-se "Colesterol Total". Como visto, colesterol é uma espécie de "gordura do sangue" e, como gorduras não se misturam com líquidos, o colesterol é insolúvel no sangue. Por isso, ele precisa da "carona" de certas proteínas para cumprir as suas funções.                                
    Pesquisas provaram que o bom colesterol (HDL) retira o colesterol das células e facilita a sua eliminação do organismo. Por isso, é benéfico. Já o mau colesterol (LDL) faz o inverso: ajuda o colesterol a entrar nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura. Justamente por isso, traz diversos malefícios.          
    De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os níveis ideais de colesterol no sangue devem ser:
    • Colesterol Total: abaixo de 200mg/dL de sangue
    • Bom Colesterol (HDL): acima de 35mg/dL de sangue
    • Mau Colesterol (LDL): abaixo de 130mg/dL de sangue                                               

     COLESTEROL TOTAL

     O colesterol é o esterol mais abundante nos tecidos humanos. Compõe as lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e membranas celulares sendo, também, substância precursora na síntese
    dos hormônios esteróides e ácidos biliares. O colesterol é derivado do ciclopentano peridro fenantreno com ligação dupla entre C -5 e C-6, hidroxila no carbono 3 (colesterol livre) e cadeia alifática de 8 carbonos no C-17.
     


    Colesterol livre
     A ingestão de colesterol é, aproximadamente, 400 a 700 mg/d, enquanto a absorção situa-se ao
    redor de 300 mg/d. Somente 25% do colesterol plasmático é proveniente da dieta, o restante é
    sintetizado (1 g/d), funda-mentalmente, pelo fígado, a partir do acetil CoA. Parte do colesterol
    hepático é transformada em ácidos biliares excretados pela bile. Por outro lado, os sais de ácidos
    biliares formam complexos com o colesterol promovendo maior excreção deste composto. O colesterol plasmático ocorre tanto na forma livre (30% do total) como esterificado (70% do total).
    Na forma esterificada, diferentes ácidos graxos (provenientes da lecitina) estão unidos ao C-3.O colesterol plasmático é afetado tanto por fatores intraindividuais como interindividuais.
      
    As medidas da colesterolemia são influenciadas por:
    •  Dieta.
     A quantidade e a composição da gordura da dieta afeta os níveis de colesterol plasmático.
     Em particular, aquelas gorduras contendo principalmente ácidos graxos poli-insaturados
    (ex.: óleos vegetais e peixes) tendem a reduzir o colesterol circulante, enquanto aquelas
    gorduras formadas em sua maior parte por gorduras saturadas (ex.: gorduras animais e manteiga)tendem a aumentar a colesterolemia. Dietas ricas em fibras reduzem levemente a
    concentra ção do colesterol. O consumo de uma a três unidades de álcool por dia causa significante
    elevação nos teores do colesterol-HDL. Refeições recentes, como também a ingestão de
    colesterol na dieta, tem pequeno efeito sobre os níveis de colesterol plasmático a curto prazo.
    • Exercícios físicos.
    Quando executados de forma regular tendem a aumentar o colesterol- HDL com pequenas reduções também do colesterol total plasmático.
    •  Idade.
    O colesterol plasmático eleva com a idade o que, provavelmente, esteja relacionado com a dieta.
    • Sexo.
    Em mulheres antes da menopausa o colesterol plasmático está diminuído e o colesterol- HDL está elevado. Estas diferenças desaparecem após este período.
    • Raça.
    Existem diferenças marcantes entre diferentes raças. Por exemplo, os europeus do norte apresentam colesterol plasmático elevado, provavelmente devido mais a dieta e fatores ambientais que por diferenças genéticas.







    Fonte : Bioquímica clínica : Princípios e Interpretações .
    Postado por:   Orlânia Alencar .