sábado, 15 de junho de 2013

Vitaminas lipossolúveis




Introdução


As vitaminas são um grupo de compostos orgânicos, quimicamente não relacionados entre si, distribuídos nos reinos vegetal e animal..Embora necessárias em pequeníssimas quantidades na alimentação, as vitaminas são consideradas essenciais, ou seja, já que o organismo não as sintetiza, necessariamente devem ser obtidas através da alimentação.


As vitaminas são classificadas quanto à solubilidade, em vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis. Nove vitaminas (ácido fólico, cobalamina, ácido ascórbico, piridoxina, tiamina, niacina, riboflavina, biotina e ácido pantotênico) são classificadas como hidrossolúveis, enquanto quatro vitaminas (vitaminas A, D, K e E) são ditas lipossolúveis.







Vitamina A 

A vitamina A é representada por três moléculas
 biologicamente ativas, retinol, retinal e ácido retinóico;
enquanto as duas primeiras podem fornecer ácido retinóico
 por oxidação, este não não supre as necessidades
celulares por retinal e retinol.
Transretinal
 Retinol
Ácido retinóico
Estes compostos são derivados de uma molécula de
origem vegetal, o betacaroteno.
Esta provitamina A consiste de duas moléculas de retinal ligadas por uma
 dupla ligação entre os carbonos de suas terminações
 aldeídicas. O beta caroteno ingerido é quebrado na luz
 intestinal pela betacaroteno dioxigenase, liberando
retinal, sendo este produto reduzido a retinol pela
 retinaldeído redutase, uma enzima da mucosa intestinal
dependente de NADPH. Uma pequena parcela do retinal
 é oxidada a ácido retinóico.

A vitamina A, retinal, desempenha papel na visão por ser um dos
componentes do pigmento visual rodopsina. A rodopsina, um
fotorreceptor com estrutura característica dos receptores
transmembranais acoplados intracelularmente à proteína G
(transducina, neste caso) ocorre nos bastonetes da retina, que
são as células responsáveis pela visão noturna. O isômero 11cisretinal
se liga especificamente à proteína visual opsina para
formar a rodopsina que, quando exposta à luz, descora e se
dissocia em opsina livre e transretinal,
isômero onde todas as
duplas ligações da molécula estão na configuração trans. Esta
dissociação é acompanhada por uma modificação
conformacional no receptor que desencadeia a transdução de
sinal, via proteína G, gerando impulso nervoso na célula da
retina que é transmitido ao cérebro. As reações que compõem o
ciclo visual estão indicadas abaixo.
O retinol também é importante na síntese de certas
glicoproteínas e mucopolissacarídeos necessários para a
produção de muco e regulação de crescimento.
A vitamina A é armazenada no fígado e sua deficiência ocorre
apenas após falta prolongada de uma fonte adequada na dieta.
O primeiro sintoma da deficiência é a cegueira noturna, seguida
por queratinização dos tecidos epiteliais dos olhos (xeroftalmia),
pulmões, trato gastrointestinal, etc, e redução da secreção
mucosa; há aumento na susceptibilidade a infecções.



Vitamina D 


A vitamina D é um hormônio esteróide que regula a
expressão de genes específicos após interação com seu
receptor intracelular. A forma ativa do hormônio é o 1,25dihidroxivitamina
D3, um derivado da vitamina D3 também
chamado calcitriol. O calcitriol funciona primariamente na
homeostasia do cálcio e fosfato.

 
Vitamina D3




A vitamina D3 é produzida por irradiação, na pele, do
precursor 7dehidrocolesterol
que é obtido na dieta.
O ergosterol, composto semelhante ao 7dehidrocolesterol,
forma a vitamina D2 quando
irradiado, e pode também originar a forma ativa
 calcitriol. Assim, compostos de origem animal (7dehidrocolesterol)
ou vegetal (ergosterol;
frequentemente irradiado industrialmente e usado
como aditivo em certos alimentos) podem servir como
fonte de vitamina D na dieta. A transformação de
 Vitamina D3 ( ou de vitamina D2) em calcitriol requer a
participação de hidroxilases. A vitamina D3, quer
absorvida no intestino ou formada por irradiação na
pele, circula ligada a uma globulina específica, e é
eventualmente captada pelo fígado onde é hidroxilada
na posição 25 pela Vitamina D325
hidroxilase do
retículo endoplasmático hepático. Este passo controla
a produção de outros derivados da vitamina.
A deficiência da vitamina D causa raquitismo em crianças e
osteomalácia em adultos, refletindo a participação da
vitamina no metabolismo de cálcio e fosfato. Óleo de peixe,
gema de ovo e fígado são fontes abundantes da vitamina. A
adição de vitamina D em alimentos industrializados tornou
rara a deficiência. As quantidades requeridas na dieta
também dependem da exposição do indivíduo à irradiação
solar, refletindo a etapa de transformação de 7dehidrocolesterol
em vitamina D3. Acúmulo da vitamina
causa aumento dos níveis séricos de calcio e calcificação
 de tecidos.



Vitamina K 

As vitaminas K que ocorrem naturalmente são as K1
(filoquinona) nas verduras e K2 (menaquinona), que é
produzida pela flora intestinal.
 A principal função das vitaminas K é a manutenção de níveis
normais de algumas das proteínas da cascata da
coagulação, especificamente fatores II, VII, IX, X e Proteínas
C e S, que são sintetizadas no fígado como precursores
inativos. A conversão de forma inativa para ativa destes
fatores da coagulação requer uma modificação póstraducional
em certos resíduos de ácido glutâmico. Esta
modificação é uma carboxilação e a enzima responsável
requer vitamina K como cofator. O aminoácido resultante
desta modificação é o ácido gamacarboxiglutâmico,cuja
característica mais marcante é agir como quelante de íons
cálcio. A protrombina, por exemplo, após ligar íon cálcio é
capaz de interagir com fosfolípides de membranas, condição
que leva à formação de trombina por proteólise da
protrombina pelo Fator X ativado.
Durante a reação de carboxilação a forma reduzida da
vitamina ( forma hidroquinona) é convertida em um epóxido
cuja regeneração requer uma redutase específica. Esta
reação é sensível ao dicumarol, que é a base para inúmeros
anticoagulantes.
As deficiências em vitamina K causam a síndrome
hemorrágica mas são raras pois a flora intestinal produz
quantidades apreciáveis de vitamina K2.
Doenças de mal absorção de gorduras podem causar deficiência.
Tratamento prolongado com antibióticos aumenta o risco de
deficiência de vitamina K.



 
Vitamina E 
A vitamina E é uma mistura de diversos compostos
assemelhados entre si conhecidos como tocoferóis,
 sendo o alfatocoferol
é o mais potente entre eles.
A vitamina E é absorvida pelo intestino e transportada
 pelos quilomicrons, sendo transferida para os tecidos e
finalmente para o fígado, nos quilomicrons
remanescentes. O fígado pode exportar vitamina E via
VLDL. Por ser altamente lipofílica, a vitamina E se
 acumula em membranas, tecido adiposo e
 lipoproteínas circulantes.
A principal função da vitamina E é a de servir como
antioxidante, pois é capaz de sequestrar radicais livres
e oxigênio molecular. Esta função é particularmente
importante na prevenção de peroxidação de ácidos
 graxos insaturados nas membranas. As vitaminas E e
C agem sinergisticamente em suas funções
 antioxidantes, sendo que vitamina E pode ser
regenerada com consumo vitamina C após ter reagido
com radicais livres. Quando não regenerada, a
vitamina E oxidada é excretada na bile conjugada a
ácido glucorônico.
Não há nenhuma doença associada à falta de vitamina
E, condição que torna as hemáceas mais frágeis.

Recomenda se o
 aumento na ingestão de vitamina E em
pessoas com dietas ricas em ácidos graxos
insaturados pois estes tendem a formar radicais livres
quando expostos ao oxigênio, o que aumenta o risco
 de certos tipos de câncer





Fonte :T.M.Valter ,Bioquímica Básica .








Postado por Orlânia Alencar




 


 
 


 
 
 
 
 

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